terça-feira, 20 de outubro de 2009

Encontro 3º

Nesse encontro também foi lido o capítulo 5: Componentes do Significado.
No capítulo 3 já havíamos visto a importância das palavras individuais e da estrutura das frases para a compreensão do significado, porém, nesse capítulo, Perini nos apresenta outras “pistas”. Tomemos as seguintes frases como exemplo:

“[1] A mão de Vera estava em cima da mesa”
“[2] O copo de plástico estava em cima da mesa” página 55

podemos observar que ambas possuem a palavra “de” e que a estrutura das duas é a mesma, sendo formadas por artigo + substantivo + de + substantivo. Com isso podemos concluir que o sentido não se dá somente através das pistas já citadas.

Segundo o autor precisamos do nosso conhecimento do mundo para distinguir as interpretações que fazem sentido das que não fazem. Por exemplo, sabemos que Vera é uma pessoa e que por isso pode possuir a mão; e também sabemos que o copo pode ser feito de plástico. E é assim que entendemos o “de” como posse ou indicando material.

Isso se dá através de operações mentais, e, por isso, não observáveis. Porém, o autor nos indica duas estratégias utilizadas para que se dê a compreensão. São elas a léxico-gramatical e a cognitiva.

A primeira se refere ao conhecimento que possuímos sobre a língua, seja sobre morfologia ou sintaxe, e é através dela que atribuímos uma ou mais interpretações semânticas.

Já a cognitiva se baseia no conhecimento geral do mundo, e agiria como um filtro das interpretações já obtidas pela primeira estratégia. O autor aponta que não devemos achar que uma acontece na seqüência da outra, pois elas ocorrem simultaneamente em situações reais de fala.
Para exemplificar as duas estratégias o autor nos apresenta a seguinte frase:

“[4] Você consegue fechar a janela?”

se tomássemos como base apenas a primeira estratégia poderíamos responder apenas “sim, eu consigo”, porém se levássemos em consideração informações do mundo extralingüístico, como saber que meu amigo está na cama com o pé quebrado e não pode levantar, a resposta já seria outra, pois interpretaríamos a pergunta como um pedido.

Assim vemos que as duas estratégias não se confundem, complementam-se. Com isso o autor conclui afirmando que o processo de compreensão não é puramente gramatical.

Taís.

Um comentário:

  1. Excelente!

    Isso é tudo de bom em relação aos meus estudos iniciais (de retorno) quanto a Filosofia da Linguagem. ;)
    No mais, é com certeza uma ótima bofetada, segundo creio, no cérebro 'congelado' daquele 'povinho' de Filosofia da Mente. rsrsrsrs.

    E que surpresa! Não pudia adivinhar que assim, de repente, não mais que de repente, eu pudesse me tornar um fã do Blog de vocês. Hehehe...

    Grande Abraço a todos!
    E continuem c/ o trabalho.
    Leonardo Janz.

    ResponderExcluir