segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Encontro 2ª

No referido encontro lemos o capítulo dois: De onde vêm os dados?

O que chama a atenção nesse capítulo é a importância dos dados para o pesquisador da Língua, já que o lingüista, para fazer uma análise, parte da observação das palavras e das associações entre elas. Para exemplificar o autor discute a seguinte frase:

“[1] O gato sujou a poltrona” página 35

através dela o lingüista pode levantar hipóteses sobre como o falante organiza essa frase, fato esse não observável, já que vem do conhecimento do falante.

Perini nos apresenta hipóteses sobre a forma do artigo, que deveria ser “as” se tratássemos de “gatas”, sobre o tempo verbal, sobre o plural. Porém tomemos como base a seguinte hipótese: O artigo vem sempre antes do nominal que o determina. Ela nos ajudará a explicar de onde vêm os dados utilizados.

O autor explica três maneiras de coletar os dados, são elas: exame de corpus, testagem e introspecção.

A primeira consiste em coletar enunciados (escritos, falados, transcritos) para ver se o artigo se encontra sempre antes do nominal. Isso não pode ser feito mecanicamente, já que para saber se o artigo está determinando precisamos da competência de um falante.

Já a testagem, nesse caso, seria a formulação de frases usando o artigo em diferentes posições para ver quais o falante aceitaria. E paralelo a essa temos a introspecção, que é uma espécie de testagem com nós mesmos.

Todos esses métodos apresentam vantagens e fraquezas, e isso deve ser entendido pelos lingüistas, para que possam escolher a melhor maneira de coletar os dados.

Segundo Perini, o exame de corpus tem a vantagem de ser objetivo e imparcial, pois se o pesquisador partir somente da introspecção pode aceitar somente frases que vão ao encontro de sua teoria. Porém pela testagem e introspecção podemos lidar somente com frases da pesquisa em si, sendo um meio mais rápido e prático.

Outra questão importante desse capítulo é imperativa: Agarrem-se aos fatos! Pois nós que buscamos trabalhar com a língua precisamos ter claro que as recomendações da Gramática Tradicional não são fatos, pois fatos são observáveis na língua, seja ela falada ou escrita. Aliás, muitos dados que possuem “desvios” da norma padrão são estudados quando se trata do português falado.

Taís.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Encontro 1° - 16/09/2009

No dia 16/09/2009 nos reunimos para comerçar leitura do texto do Perini, cuja referência é:

PERINI, M. A. Princípios de lingüística descritiva: introdução ao pensamento gramatical. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

Vimos que dentre os motivos de publicação deste livro estão:

  1. Conseguir facilitar o acesso a um conhecimento técnico, que é a linguística; e

  2. Levar ao leitor/estudante as técnicas descritivas, que são um "componente essencial do treinamento do lingüísta..."(p. 14)

O autor defende que saber trabalhar com dados é essencial. Para isso ele também define, em um momento posterior do texto, o que seja o dado.

"... o texto objetiva desenvolver no estudante uma certa sensibilidade aos fenômenos lingüísticos, algo que lhe permita saber onde observar ao se ver confrontado com dados."

Fica também claro que é importante saber que o português que serve de base para análise foi escolhido apenas por sua facilidade de acesso, tanto para o leitor, quanto para o autor. Entretanto, um aspirante a lingüísta deve ter em mente que o que se discute neste texto é aplicável às línguas em geral.

Sobre o capítulo, das hipóteses e fatos, acho que o que deve ficar é que "nem substantivos, nem adjetivos realmente "existem na língua: o que existe de fato são os sons da fala (ou as letras no papel) e os significados que a eles se associam" o resto é construção teórica, construção de nossos pontos de vista sobre a língua. "entidades puramente gramaticais como "substantivos" etc., são hipotéticas." E ainda:

"Os fatos são diretamente observáveis através do uso que os falantes fazem da
língua; as hipóteses são explicitadas pelos lingüístas, e pretende representar o conhecimento que os falantes têm (sem saber), e que controla o seu uso da língua." (p. 31)

Importante notar também, conforme Perini, que as hipóteses têm de estar baseadas em fatos. E isso é geralmente se chamado de confirmação empírica.

Também vimos neste capítulo alguns conceitos de gramática (descritiva, normativa e internalizada) que são conceitos bastante estáveis e aceitos na linguística. As abordagens teóricas divergem na maioria das vezes apenas quanto à forma da internalização. Isto é, se a gramática internalizada se internaliza via aquisição total, se parcial, ou se esta gramática já é parte do conhecimento inato do falante.

Também há alguma divergência, e por isso constitui espaço de debate, quanto ao que se entende pelo termo gramática: gramática em sentido restrito, das relações de ordem, da morfologia, fonologia e semântica; gramática como sintaxe, semente; Ou ainda, se gramática também deve incluir saberes que o falante tem sobre usos adequados da língua com relação ao contexto extralinguístico, sobre, por exemplo, os níveis de linguagem, sobre as lexicais ou de dizeres que são adequados a diferentes situações de interação. As abordagens discursivas (ou sociointerativas, ou sociodiscursivas) tendem à incluir isto ao "guarda-chuva" do nome gramática.

Vontando ao Perini, e por útimo, o autor ainda fala da necessidade de o linguista se despojar, se libertar de seus preconceitos para poder exercer sua profissão. Para poder ter um olhar sobre a língua sem vieses normativos. Sem achar que as regras normativas da gramática tradicional são fatos.

Melhor parar por aqui!
Abraços

Marcos

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Princípios de Linguistica Descritiva

Caros colegas linguistas: Andrinelly, Newton, Tais!

Este blog é um espaço nosso. Só nosso!

A idéia é a de que seja um espaço onde possamos colocar nossas dúvidas sem medos, melindres e tal. Assim, acredito que possamos criar um verdadeiro espaço de trocas e também de aprendizado para todos nós. Isso certamente me inclui!

Um outro motivo que me levou a pensar este blog, vem do fato de que eu gostaria de fazer uma experiência com estas ferramentas tecnológicas, no sentido de testá-la como um recurso de apoio a sala de aula. Isto é, no futuro, pode ser que eu venha a usar deste recurso para ajudar em minhas aulas na graduação.

Apesar de parecer que este objetivo só ajude a mim, estejam certos de que ele também pode ser uma experiência que poderá ser usada por vocês, quando vocês forem professores e tiver uma turma sob sua responsa...

Ah! Sintam-se a vontade para criticar, corrigir, sugerir. E não tenham medo de errar! Quando nos libertamos do medo de errar, temos mais chances de acertar e também mais chances de saber onde erramos e por que erramos.

Acho que, por enquanto, é isso!

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