quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Encontro 1° - 16/09/2009

No dia 16/09/2009 nos reunimos para comerçar leitura do texto do Perini, cuja referência é:

PERINI, M. A. Princípios de lingüística descritiva: introdução ao pensamento gramatical. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

Vimos que dentre os motivos de publicação deste livro estão:

  1. Conseguir facilitar o acesso a um conhecimento técnico, que é a linguística; e

  2. Levar ao leitor/estudante as técnicas descritivas, que são um "componente essencial do treinamento do lingüísta..."(p. 14)

O autor defende que saber trabalhar com dados é essencial. Para isso ele também define, em um momento posterior do texto, o que seja o dado.

"... o texto objetiva desenvolver no estudante uma certa sensibilidade aos fenômenos lingüísticos, algo que lhe permita saber onde observar ao se ver confrontado com dados."

Fica também claro que é importante saber que o português que serve de base para análise foi escolhido apenas por sua facilidade de acesso, tanto para o leitor, quanto para o autor. Entretanto, um aspirante a lingüísta deve ter em mente que o que se discute neste texto é aplicável às línguas em geral.

Sobre o capítulo, das hipóteses e fatos, acho que o que deve ficar é que "nem substantivos, nem adjetivos realmente "existem na língua: o que existe de fato são os sons da fala (ou as letras no papel) e os significados que a eles se associam" o resto é construção teórica, construção de nossos pontos de vista sobre a língua. "entidades puramente gramaticais como "substantivos" etc., são hipotéticas." E ainda:

"Os fatos são diretamente observáveis através do uso que os falantes fazem da
língua; as hipóteses são explicitadas pelos lingüístas, e pretende representar o conhecimento que os falantes têm (sem saber), e que controla o seu uso da língua." (p. 31)

Importante notar também, conforme Perini, que as hipóteses têm de estar baseadas em fatos. E isso é geralmente se chamado de confirmação empírica.

Também vimos neste capítulo alguns conceitos de gramática (descritiva, normativa e internalizada) que são conceitos bastante estáveis e aceitos na linguística. As abordagens teóricas divergem na maioria das vezes apenas quanto à forma da internalização. Isto é, se a gramática internalizada se internaliza via aquisição total, se parcial, ou se esta gramática já é parte do conhecimento inato do falante.

Também há alguma divergência, e por isso constitui espaço de debate, quanto ao que se entende pelo termo gramática: gramática em sentido restrito, das relações de ordem, da morfologia, fonologia e semântica; gramática como sintaxe, semente; Ou ainda, se gramática também deve incluir saberes que o falante tem sobre usos adequados da língua com relação ao contexto extralinguístico, sobre, por exemplo, os níveis de linguagem, sobre as lexicais ou de dizeres que são adequados a diferentes situações de interação. As abordagens discursivas (ou sociointerativas, ou sociodiscursivas) tendem à incluir isto ao "guarda-chuva" do nome gramática.

Vontando ao Perini, e por útimo, o autor ainda fala da necessidade de o linguista se despojar, se libertar de seus preconceitos para poder exercer sua profissão. Para poder ter um olhar sobre a língua sem vieses normativos. Sem achar que as regras normativas da gramática tradicional são fatos.

Melhor parar por aqui!
Abraços

Marcos

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